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domingo, 14 de dezembro de 2008

Memória ao Conservatório Real

Garrett conta que a história de Frei Luís de Sousa tem a mesma simplicidade que uma fábula trágica antiga. A extrema-unção e a sensibilidade cristãs estão presentes nela “acendendo até nas últimas trevas da morte, a vela da esperança que não se apaga com a vida”.
Afirma que a renuncia de Prometeu cravado de cravos no Cáucaso, os remorsos de Édipo e os terrores de Jocasta não são mais sublimes que as próprias personagens da história Madalena de Vilhena e Manuel de Sousa Coutinho.
Garrett escreveu em prosa, pois não queria outro ritmo que não esse a ser deduzido pela forma harmoniosa e suave de Frei Luís de Sousa. Preferiu-o a “imitar o grande modelo”.
Pela sua forma, a obra de Garrett é um drama; pela sua índole, a obra de Garrett é uma tragédia antiga.
Há muitos anos, Garrett encontrou um teatro ambulante, onde assistiu a uma comédia cujo assunto era “Frei Luís de Sousa”. A princípio, aquela peça não lhe suscitou qualquer emoção, só depois de ler Memória do Sr. Bispo de Viseu, D. Francisco Alexandre Lobo e padre Frei António da Encarnação, se apercebeu da grandiosidade e beleza da peça.
Informa que não se julga obrigado a apresentar a verdade da História.
Garrett oferece a obra ao Conservatório Real de Lisboa, deposita total confiança neste ter sido útil à literatura renascente, reunindo características veneradas pelo escritor.
Salienta que num século democrático como o de então, o que se fizer é pelo e com o povo. O povo sendo povo, quer verdade.
Almeida Garrett despede-se, afirmando que “o real e o necessário da vida” é o trabalho e não o lazer.

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